Em São Paulo, a bateria de uma escola de samba invadiu as salas de ginástica. A turma da musculação aderiu, de vez, ao requebrado.
Não faltam motivos para se mexer no fim de semana. Depois de ver o que tem gente fazendo para manter a forma em São Paulo, vai ser difícil ficar parado. A dança inspira quem quer cuidar da saúde. Dá para se dizer que o que faz bem para o corpo é ainda melhor para a cabeça. As academias de São Paulo estão investindo em aulas de dança de todo tipo. Algumas repetem cenas de grandes musicais americanos. Outras são brasileiríssimas, cheias de samba.
É uma aula de pura sensualidade. A inspiração vem dos musicais da Broadway. O pessoal está dançando na aula um pouquinho da coreografia do musical “Chicago”. Tem uns passos tão difíceis que nem a repórter Michelle Barros se arriscou a fazer. É preciso fazer um malabarismo. “Tem de fazer pose e fazer carão”, comenta a atriz Valéria Lopes Gomes.
Tem ainda a quebradinha do quadril. “É mais sutil, é para mexer realmente com a imaginação”, mostra a professora de dança Louise Grespi. “A gente treina um pouco do teatro e do improviso. É um pouco de tudo”, diz a empresária Lica Siviero.
Pernas para cima e corpo ao chão com muito charme. “Tem de se jogar de corpo e alma. É maravilhoso! É a melhor terapia do mundo para a mulher”, destaca a psicóloga Cristiane Linares.
Há todo um cuidado da mulherada com o figurino: sapatos de dança e cartola, quando o musical pede. É a adaptação da coreografia “Chorus line” – uma aula, dizem as meninas, para levantar o astral. “Passa a raiva na hora. E detalhe: quando voltar para o trabalho, você vai estar com um lindo sorriso”, recomenda a orientadora física Ana Paula Martins.
Uma ideia migrou do Cirque de Soleil para as academias. O trapézio usado nas acrobacias contribui para melhorar o condicionamento físico. Equilíbrio e força é uma combinação para sair da rotina.
Em época de carnaval, tem aula que é fica cheia de gente é a de samba. A aula dura uma hora, em ritmo de desfile na Avenida para ninguém perder o passo quando a folia chegar. É um passo para cá, a perna para lá. Com o professor fazendo, parece fácil. A turma tenta, mas tem vezes que é difícil mesmo.
“O mais difícil é o conjunto, não é nem um. Fazer todos em sincronia um após o outro é o pior”, comenta o auxiliar de informática William Vilela.
Que tal pedir ajuda a quem já está se saindo melhor? “Estou aprendendo ainda”, brinca o professor de dança Helbert Pereira. O molejo a brasileira tem. “Fui tentando, tentando, até que um dia veio”, disse a videoartista Kika Nicorella. “Vamos sambar. É um encontro com a felicidade”, comemora um senhor.
Agora imagine aprender o samba com quem vive para o samba. A bateria da escola de samba Camisa Verde e Branco invadiu uma academia. A turma da musculação aderiu, de vez, ao requebrado.
“A ideia é diversão e trazer o carnaval para dentro da academia para quem nunca foi a um ensaio e para quem nunca desfilou ter uma ideia do que é”, explica a professora de dança Simone Bacelar.
“Fica com aquela sensação que podia prolongar mais uma hora de aula”, contou a personal trainer Marcela Milagres.
A dança contemporânea, aquela que muitas vezes se vê na rua, e o samba acelerado são os que mais ajudam a dar adeus às gordurinhas. Nesses estilos, segundo uma pesquisa, são gastas cerca de 450 calorias. Agora, o mais difícil não é nem acompanhar o ritmo, acertar todos os passos juntos e ainda ter “rebolation”.
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