A Vida depois do Mat Pilates
Boas são as descobertas feitas ao acaso. Quando a gente tem muita expectativa com relação a alguma coisa, essa coisa geralmente decepciona, não é?
Naquele dia eu só queria uma aula “light”. Estava dolorida da musculação do dia anterior e um pouco cansada da semana. Pensei em algo que unisse alongamento com trabalho abdominal – duas coisas que eu morro de preguiça de fazer (que nenhum professor me ouça!). Olhei na tabela das aulas e vi que o Pilates estava para começar. Corri para a sala Zen, a mais chique da academia, e peguei meu colchonete.
Acredite ou não, dez minutos depois eu já estava suando em bicas. Era perna pra cima, ombro pra baixo, puxa daqui, estica dalí, força, barriga encolhida, costas retas! Aula “light”? Percebi o conceito errado que eu tinha na cabeça. Em uma hora de aula eu estava quase tão cansada quanto depois de uma aula de corrida. Só que mais alongada, respirando melhor. Minha postura estava esbelta. Olhei no espelho e vi praticamente a Gisele Bundchen. Era o início de uma louca e ardente paixão entre eu e o mat pilates. Ou melhor, um relacionamento sério!
Isso já faz dois anos. Durante esse tempo frequentei regularmente as aulas, tentando comparecer às segundas e quartas sem faltar. Aos poucos o cansaço do começo foi se transformando em tônus, resistência e ânimo para melhorar meu próprio desempenho. Hoje percebo o quanto o pilates pode ser um complemento para a musculação no sentido em que realmente trabalha alguns músculos extras, difíceis de priorizar com aparelhos, e simples com os movimentos do próprio corpo. O mat pilates não usa aparelho, só uma série de movimentos sobre um colchonete e talvez por isso eu sinta que há um verdadeiro respeito com o corpo ali. Os chatíssimos abdominais de outrora viraram passos de uma dança harmonica que trabalha o meu corpo como um todo, integrando alongamento, movimento e força. É possível notar alguma mudança no corpo depois de poucos meses de prática. Depois de muitos então, nem se fala!
Luisa Micheletti
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